domingo, 21 de fevereiro de 2010

de hoje em diante vou deixar o ego aqui. mas em silêncio.
matei o monstro. não há mais triângulo. pode ser que ainda sobre amor.

adeus.
há-de haver quem se aproveite.

"anseios"

medo de mim.

"não amais
A doce quietação da soledade?"

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

HEY, YOU, Mlle. VIOLETA!
MANAGE YOUR EGO!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

acho que a essência me saltou do corpo. é que eu estou mole e incrédula, no sentido que não é bom. tenho o olhar vago à noite, inerte. sabes o sentimento de angústia? é como ter mil mãos a apertarem-me a garganta devagarinho e cada vez mais. sem que me falte a respiração, mas a inalar o ar a esforço e a sentir o coração a não se desprender do peito e a bater devagar. com uma calma estranha. como se encontrasse a paz no som de um piano ao fundo de um bar vazio, que exala a tristeza do músico que vai tocando ao vivo para o pó que dança e o gás da cerveja que morre nos copos dos transeuntes sem rosto que por lá passam. morre o gás e morremos nós, com o corpo atirado para a pele gasta dos sofás. pelo menos ainda conservam a pele e vêem a eternidade dos dias passar. eu não sei se é preguiça de fazer dos dias diferentes, mas parece-me que o meu corpo se arrasta sempre em cenários iguais, que me cansam. talvez sejam os meus olhos que estão vazios e que passam pelos sítios e só vêem memórias e vivem do alimento que delas tiram, mas que já não tem sabor. e eu acordo sempre em sobressalto, corroída pela ansiedade de viver aventuras novas e criar novas memórias e alimentar-me delas enquanto me crepitar na língua o seu paladar. é como um caramelo que se põe na boca antes de dormir: vamos adormecendo ao seu bel-prazer e cerramo-nos para o mundo com um sorriso e a cara lavada. sem vergonhas nem medo do advir do subconsciente. eram tempos de sopros no coração, esses outros. hoje fico amortalhada no silêncio e é assim todos os dias: acordar, engolir o pequeno-almoço ao som das notícias que nunca decoro. lavar a cara e olhar as anomalias do meu corpo desnudo no espelho enquanto a água do banho aquece. deixar que a água então me caia no corpo, e quente me creste a pele e febre o sangue, pois preciso que o corpo funcione por si, sem minha ordem ou vontade. enrolo-me na toalha e tremo à temperatura do ar e é tudo o que no dia me diz que ainda estou viva. seco-me e visto a roupa que tinha escolhido, é prazer que ainda não me fugiu. uma futilidade. lavo os dentes para reciclar o hálito e almejar sentir o sabor da menta, que nunca vem. estico a franja, ponho o chapéu e quando pego na mala para sair, já o comboio partiu. 50 minutos de espera dão-me tempo para sair e me sentar à beira dos carris a sentir vento na cara e desejo pelo abismo. a efemeridade do tempo mata-me todos os dias, ela é mentirosa e malvada, é mutante. não é temporária, é eterna e mostra a minha cara todos os dias na página da necrologia. a pena capital é a solidão e desce dos céus à noite para me levar. a firmeza que me resta insurge-se contra a completa ruína. e escolho a vida diafanógena assaltada pelos ditados do senso que sempre desprezei. e abraço a esperança como razão, que sou ser ímpio, como cálice do antídoto que me restituirá a natureza humana, pura e subtil, como tem que ser. rasgar-me-á o coração ao mundo para nele verem nascer vivaças e saudáveis flores. serão estigmas noutro tempo, decerto. mas até lá, saborearei a compota da felicidade em tostinhas de pão-da-aldeia. vês a força que me resta? ela pede-me para que juntes os teus medos aos meus. e te dês, que a mim nada me resta senão dar-me. e já me dei. dá-me a tua mão que assim viveremos para sempre.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

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estou prenha de nados-mortos que não vou conseguir abortar.
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

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um sem-fim de um sem-corpo.
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palavras, um sonho e uma bicicleta para ir atrás dele.
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