sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Não devias deveras

Um último sopro
A tua vontade
Desmedida

Procuras o medo
No fervor da minha ganância

E esperas

Saber o sabor do desejo inquieta-te
E desejares-me, move-te
Para nada
Por nada

Quero-te como não quero que me queiras
Querendo-me pelo que quero ser
E talvez não pelo que seja…

Mas conheces-me e
Ignoras-me quando te oculto o meu “Eu”.
Quando tento ser melhor
Ris-te de mim a gozo
E silencias-me com a tua boca.

Amas-me pelo que sou?
Não devias, deveras.


06 Dezembro 2006