domingo, 11 de janeiro de 2009

comédia circense.

Havemos pois de deixar de existir
Na mera contestação das palavras,
De construir à margem dos dias
As quimeras de volutas,
Que engulham até os arrebiques das damas de um cabaret foleiro.
Erguestes a tenda do circo,
Um palco de aberrações e entretenimento,
Postergastes a essência da moral
Sobre o proscénio do dia-a-dia.
E nós vemos,
Olhamos o espectáculo,
Prestamos culto às personagens do altar
E as palavras de protesto cospem-se,
[Um tanto ao acaso]
Enquanto se desterra o propósito
Dos pés que marcham a calçada.
Que seja expatriado esse estrado de perversidade e devassidão!
Não nos prendam ao vosso ininterrupto fado já putrefacto.
Aos espectadores deste assédio, uma palavra: sublevem-se.
Nunca pensei dizê-lo: a sedição nascerá do chão.
Contra os que laboram as burocracias em cima dos andores.
Sou uma estranha filha do meu tempo,
Talvez leiga num assunto tão comum a nós,
Mas a palavra ainda é minha,
E o coração ainda me fala pela boca,
E os versos correrão sequiosos
Nem que pelas margens gastas das folhas de papel.
Não podem calar a voz,
Não podem calar a voz,
[nem podem calar a voz.]
Ou não haverá mais poesia.

10 comentários:

Anónimo disse...

JERONIMO! JERONIMO! JERONIMO!

violent.femme disse...

ó Bid,
tu também? xD

Eric Draven disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eric Draven disse...

"we're runnnig towards nothing, and again, and again, and again, and again, and again..."


Agora sim!

Tu sabes de quem música e de que banda é...

Anónimo disse...

Une,
texto que fale a pena ler sem duvida, um pouco

Bizarre,
no estilo joanino[a], mas sempre preciso, uma estalada na alma para acordar todo aquele, dito pelos ingleses,

Love,
pela patria por nos como seres, chega de continuar a andar por arestas finas, criadas entre os tres pilares do suberano, capital e seus suberanos...the perfect

Triangle,
foi assim chamado um dia, ja mais nao é!

Hoje é berrado nas praças do mundo, sobre o atento olhar da lua,

"Não [me] podem calar a voz,
Não [nos] podem calar a voz,"

Como sempre excelente texto figlia!

["memorias de um copo vazio" ja começou no meu blog..finalmente]
kiss*

Anónimo disse...

*pela patria que nós como seres livres devemos ter

OGC disse...

Ar fresco.
Sabes o ar fresquinho de uma manhã de primavera? Que acaba de renascer após um rigoroso inverno?
:)

Beijo*

Anónimo disse...

love ya

s.

violent.femme disse...

segundaface,
obrigada! :)

OGC,
contigo não quero conversa, hmpf! ;)

Eric Draven,
:')

Anónimo que assina S,
pois, tendo em conta que é uma declaração anónima, não duvido!

Anónimo disse...

tu também
querido

Você está estranho.

s.